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RECOPA MUNDIAL E SULAMERICANA 1968

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Mensagem por Johnny-Five (J5) 07/02/11, 01:01 pm

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Passaram uma borracha na parte da história do Santos FC?

Essa é a pergunta que me faço quando não vejo relatado(fora os especialistas em Santos FC)sobre as conquistas da Recopa Sulamericana e Recopa Mundial.
No dia da unificação dos títulos brasileiros, Pelé subiu sorridente e emocionado para receber os prêmios que lhe era de direito, naquela cerimonia.
Ao se pronunciar, Pelé soltou no ar, que agora o Santos iria atrás do 3º título Mundial.
Assistindo a linda cerimonia pela televisão, em meio a euforia da minha alegria, identifiquei que se tratava da Recopa Mundial de 1968, e relatei aqui para quem nos acompanha. Uma nota rápida, coisa de 3 minutos e a notícia se espalhou pela rede social, alguns acharam que se tratava de um devaneio do Blogueiro, e muitos rechaçaram a idéia, por conta do desconhecimento, e até mesmo por ser um mundial sem "critério".
O torcedor santista em um modo geral entende que para ser campeão mundial, precisa conquistar a Libertadores da América. Isso claro, é pela grande rivalidade que temos com o Corinthians que conquistou dessa forma o campeonato de 2000.
Pois bem, a polêmica só aumentou quando os grandes jornais relataram que de fato, o Santos iria pleitear na FIFA a Recopa Mundial como conquista Mundial.
Mas e a Recopa Sulamericana na CONMEBOL?
Sim, ela já é reconhecida, para o orgão máximo do futebol sulamericano, o Santos tem a 3ª conquista da América, assim como C.R.Vasco da Gama foi desde 1996 reconhecido como o 1º campeão Sulamericano.
Muitos , a maioria jovem, pensa que o primeiro campeão sulamericano fosse o Penarõl do Uruguai com as conquistas de 1960 e 1961, mas não, o Vasco com a conquista de 1948 em cima do River Plate em um sulamericano disputado no Chile é o primeiro campeão.
Voltamos ao Santos, que para muitos agora não é mais o 1º brasileiro campeão das Américas(olha que hoje não vamos entrar nas conquistas Mundial da Copa Rio por que essas ainda não tem homologação da FIFA)

Recopa Sulamericana 1968

A Recopa dos Campeões Mundiais ou Supercopa dos Campeões Intercontinentais, foi criada no final de 1967, a partir da idéia dos três clubes sul-americanos que haviam se sagrado campeões do Mundial até então: Santos, Racing e Peñarol. O torneio foi anunciado em novembro do ano seguinte, em Buenos Aires, pelos dirigentes de Racing e Peñarol, a ser disputado entre fins de 1968 e começo de 1969.
Tanto a Conmebol(entidade máxima do futebol sulamericano) quanto a UEFA(entidade máxima do futebol europeu)aprovaram a idéia.

A Recopa teve duas fases,a 1ª dividida entre os continentes, a sulamericana e a européia.
Na Sulamericana seria um triangular com os campeões intercontinental Penarõl do Uruguai(campeão de 1961/1966)Santos FC(1962/1963) e Racing da Argentina(1967)
Na européia Real Madrid(campeão Mundial 1960) e Inter de Milão(1964/1965)
O Real Madrid desistiu da disputa, voltando atrás depois da decisão de disputar.Voltamos a falar sobre isso

Sendo assim o Santos foi para a disputa do triangular:

No dia 13 de Novembro de 1968 em Montevideu no estádio Centenário, o Peñarol bateu o então campeão mundial por Racing Club por 3 a 0 gols de Rocha, Spencer e Carrera

O Santos estreia dias depois, no dia 19 no estádio do Parque Antárctica e também bate Racing Club, por um placar menor 2a 0 gols do rei Pelé e Edu

Dois dias depois(21) viajaria para o Rio de Janeiro para jogar no maior estádio do mundo, e que tantas vezes acolheu o time bem, o estádio do Maracaná.
Lá o Peixe bateu o Peñarol pela contagem mínima 1 a 0 gol de Clodoaldo, o nosso querido Corró.
O Peixe terminou a fase de ida na frente, mas agora teria que fazer os dois jogos fora de casa.
E no dia 16 de Abril, já de 1969, o Santos viaja para Avellaneda na Grande Buenos Aires para ganhar do time da casa o Racing Club por 3 a 2 com 2 gols de Toninho e 1 de Negreiros, da Silva marcou os dois gols argentinos.
O Santos poderia definir a primeira fase no Uruguai, mas não conseguiu e apenas 3 dias depois, jogou no estádio Centenário e perdeu por 3 a 0 com 2 gols de Rocha e 1 gol contra do eterno ídolo Ramos Delgado.
Mas ainda faltava a última rodada, e o time uruguaio tinha que bater o time argentino, na Argentina. Mas não conseguiu, e também 3 dias depois apenas empatou em 1a1 com gols de da Silva para o Racing e Basile fez contra o outro

O Santos terminava em 1º lugar e se sagrava Campeão da Recopa Sulamericana

P. Time V E D GM GS Pontos
1. Santos 4 3 0 1 6 - 5 6
2. Peñarol 4 2 1 1 7- 2 5
3. Racing 4 0 1 3 3- 9 1

Com a desistência do Real Madrid, a Internazionale de Milão foi declarada campeã da Recopa Européia de 1968 e faria a final contar o Santos FC na disputa pela Recopa Mundial.
O time da Inter era um timaço, que jogava no esquema “catenaccio”, tática defensiva que consistia na marcação homem a homem em todo o campo, com um líbero atrás da linha dos beques e saídas rápidas de contra-ataque.Os jogadores seria a base da seleção Italiana que foi vice da Copa no ano seguinte, perdendo para o Brasil que tinha a espinha dorsal do Santos FC e outros jogadores no grupo.
Sem saber os dois times disputava naquele jogo, uma preliminar da final da Copa de 1970.
O Santos, dispensa comentários, e viajou para a Itália logo após o jogo que rendeu o Tri Paulista de 1969.

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O JOGO

Em 24 de junho de 1969 no estádio de San Siro, em Milão, foi disputada o 1º jogo da final.
Os torcedores brasileiros tiveram de acompanhar pelo rádio, já que o jogo não foi transmitido na tv.
E logo aos 14 minutos de partida sabe que o goleiro Cláudio, machucado, teria de ser substituído pelo reserva, mas experiente Laércio Milani e ele garantiu o 0x0 no 1º tempo de um jogo truncado, com a palavra o xerife da zaga, Ramos Delgado que nos deixou recentemente:

“O estádio estava cheio, mais para ver o Santos do que a decisão da Recopa. Eles tinham uma grande equipe. Faziam marcação individual do meio de campo para trás, mas mantinham três atacantes e por isso formamos uma defesa com quatro homens. A partida foi dura, mas leal. Tocávamos a bola até que aparecesse os espaços. Pelé foi nossa maior figura, como sempre”.

No segundo tempo, o técnico Antoninho coloca o Santos para o ataque e Edu, Toninho e Abel, pressiona o excelente mas cauteloso time de Milão.
E já aos 12 minutos Pelé cobrou uma falta com um petardo, o goleiro Bordon não segura e o raçudo artilheiro Toninho Guerreiro manda para o fundo das redes.

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O time Italiano se viu obrigado a atacar, e o Santos explorou bem o contra ataque. O gol não saiu porque o goleiro Italiano evitou milagrosamente com duas defesas.
Já no fim do jogo, aos 41 minutos, Burgnich acertou o travessão de Laércio. Mas o resultado ficou no 0x1.
O jogo da volta seria no Brasil(provavelmente no Maracanã) ou na Itália mesmo, em Genova.
Porém a Internazionale desistiu da disputa.
E mesmo sem volta olímpica, o Santos foi proclamado campeão da Recopa Mundial de 1968.

O Santos voltava em grande estilo às competições internacionais oficiais depois de ter se recusado a jogar as Taças Libertadores de 1966 e 67 (depois seria proibido pela CBD de jogar a Libertadores de 1969, por ser a base da Seleção Brasileira nas Eliminatórias para a Copa do México).

O eterno gerente Zito fala sobre isso
“Nós dávamos mais importância para o Campeonato Paulista do que para a Libertadores, que era deficitária, pois a renda pertencia ao mandante. Enchíamos os estádios quando jogávamos fora, mas quem iria à Vila Belmiro ver a gente jogar contra um time da Bolívia, Paraguai, Colômbia...?”, pergunta Zito.

Quádrupla coroa em 1962 e 1968 também
Com a Recopa Mundial, o Santos completou quatro títulos em 1968: campeão paulista, brasileiro (Taça de Prata), sul-americano (Recopa Sul-americana) e mundial.


Internazionale: Ivano Bordon; Tarcisio Burgnich, Cesare Poli; Gianfranco Bedin, Aristide Guarnieri, Giancarlo Cella; Jair da Costa, Sandro Mazzola, Angelo Domenghini, Mario Corso, Giovanni Vastola. Técnico: Maino Neri.

Santos: Claudio (Laércio 14′); Carlos Alberto, Ramos Delgado, Djalma Dias, Rildo; Clodoaldo, Negreiros; Pelé; Edú, Toninho, Abel. Técnico: Antoninho.

Árbitro: José Mario Ortiz de Mendibil (Espanha).
Público: 44.774.

Dias depois a Inter anunciou que não jogaria a revanche, o que garantiu ao Santos um dos mais ricos e belos troféus de seu Memorial. Como no ano seguinte os clubes europeus resolveram boicotar a competição, que só foi disputada em sua fase sul-americana (vencida pelo Penharol), a Recopa Mundial tornou-se uma competição única, vencida pelo melhor time do mundo de 1968. Foi uma conquista importante, pois a Recopa teve o aval da Conmebol e da Uefa, e O Santos voltava às competições internacionais oficiais depois de ter se recusado a jogar as Taças Libertadores de 1966 e 67 (depois seria proibido pela CBD de jogar a Libertadores de 1969, por ser a base da Seleção Brasileira nas Eliminatórias para a Copa do México). “Nós dávamos mais importância para o Campeonato Paulista do que para a Libertadores, que era deficitária, pois a renda pertencia ao mandante. Enchíamos os estádios quando jogávamos fora, mas quem iria à Vila Belmiro ver a gente jogar contra um time da Bolívia, Paraguai, Colômbia...?”, pergunta Zito. Com a Recopa Mundial, o Santos completou quatro títulos em 1968: campeão paulista, brasileiro (Taça de Prata), sul-americano (Recopa Sul-americana) e mundial. Com apenas alguns remanescentes do bi-mundial de 1962/63, o Alvinegro da Vila continuava a reinar entre os grandes do futebol.


Verdades sejam ditas


A Internazionale desistiu, isso cai a credibilidade da conquista?
Não, eles jogaram a toalha porque era evidente, que se jogando em casa não obtiveram a vitória, aonde conseguiria. Veja o retrospecto dos confrontos:

Santos 7x1 Internazionale 24/06/1959 - Troféu Naranja
Santos 4x1 Internazionale 24/06/1961 - Torneio da Itália
Santos 4x1 Internazionale 04/09/1966 - Torneio de Nova York

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O Real Madrid desistiu também, nem tentou, mas isso já é uma história bem diferente, que aqui tentarei contar.
O glorioso time do Real nessa época era meio que coordenado pelo seu maior torcedor, Francisco Franco, idealizador do franquismo(regime político aplicado na Espanha entre 1939 e 1976, durante a ditadura do general)
O Real nessa época, entrava em jogos para ganhar, porque era um símbolo de força do líder, que usava muito o futebol em prol do seu poder, principalmente contra o rival Barcelona.
Poucos sabem, mas Di Stéfano era do Barcelona, e a imposição do general o tirou de lá, e o levou para o Real, segundo um documentário exibido na Sportv.

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Prova disso foi a declaração de Alex Fergusson que irritado com as investidas do time de Madrid em tirar C. Ronaldo de seu time.

“O Real Madrid, como clube do General Franco, contratava quem queria. Mas a democracia já chegou à Espanha”, foi mais ou menos essa a frase de Ferguson. O então presidente do Real, Ramon Calderón, chamou o escocês de “senil”.

Bem, isso explica talvez porque o time do Real tenha enfrentado aquele Santos apenas uma unica vez, em 1959 quando o Santos viajou para a Europa para mais uma de suas excursões foram 22 jogos em 43 dias.
O confronto foi no dia 17 de junho 1959, e o Real ganhou do Santos por 5 a 3, mas depois não quis mais jogar contra o Santos, quando seria definido o maior time de todos os tempos em campo.

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Mas se o time de Pelé e Cia que atingiu seu auge nos anos 60 não enfrentou o Real de Di Stéfano que também atingiu o auge no mesmo período, relembro aqui o confronto mais recente das equipes.

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No ultimo jogo de G10vanni na sua primeira passagem pelo clube, o time do confronto foi de fato o Real que hoje não pode ser aliado ao governo de Franco.
E o peixe venceu por 2x0 com gols de Jamelli e Camanducaia, não tem ficha técnica desse jogo que aconteceu na Vila. Mas consta no site do clube Clique [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

Eu iria falar das conquistas das Recopas pelo Santos, quando o presidente declarou:

"A próxima meta agora é a Recopa. A nossas relações com a CBF são as melhores possíveis e podemos chegar à Fifa pela CBF, mas não quero também abusar depois de ter tido esse reconhecimento do Brasileiro após 39 anos. O presidente disse que pela primeira vez alguém protocolou isso. Agora vamos dar um tempo e depois entramos na briga", afirmou o presidente Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro.

Mas a reação do torcedor foi tão forte com a possível tentativa que aqui postei, que dei um tempo.
Ia homenagear o Toninho Guerreiro que dia 26 agora, completou 21 anos de seu falecimento, então como foi o gol dele que nos deu esse título....Mas achei melhor lembrar do atacante que por algumas temporadas fez mais gol que Pelé.
Porém, o que me motivou a tocar nesse assunto, foi o ranking da revista Placar.
Procurei entender o porque eles não deram o mesmo valor para a Taça Brasil e para o Robertão como dão para o Brasileiro, e até para a Copa União de 87. Afinal, o ranking é deles, o critério é deles.
Mas não entendi porque eles não citam as Recopas do Santos.
E tendo em vista que o Vasco da Gama teve a sua conquista no ranking, mesmo sendo reconhecida justamente anos depois, porque a conquista do Santos não teve o mesmo reconhecimento?
Se falar que a Recopa é embrião da SuperCopa da Libertadores que tem o São Paulo(93) e Cruzeiro (91 e 92) pontuando com as conquistas. O que dizer do Vasco campeão de 1948 com a fase embrionária da Libertadores de 1960?
E qual é o torneio de Sul-Americano de Campeões que da o proprietário 20 pontos?
E a Recopa Mundial foi definitivamente apagada do futebol com o boicote dos clubes europeus?
Eu entendo que esse título vale muito, e qualquer revista seja ela Placar ou qualquer outra deve valoriza-la.

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Essa foto ilustrou uma edição da revista Placar, mostra na camisa a 3ª estrela pela Recopa Mundial
Foto: Blog do Milton Neves

Créditos:
Ilustração: Prancheta Digital -
Além dos Fóruns Santistas

Fonte do Texto: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
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