Os africanos e Obama
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Os africanos e Obama
Os africanos e Obama
O lugar em que Barack Obama
tem a maior popularidade no globo terrestre, com a possível exceção de
Hollywood, é a África. Em cinco meses de viagem por 13 países do
continente, vi incontáveis referências ao candidato democrata de raízes
quenianas, em jornais, TV, camisetas e prateleiras de livrarias.
A
África, nessa véspera de eleição, não consegue disfarçar o entusiasmo,
como fica evidente na amostragem de artigos e editoriais de jornais que
selecionei abaixo. Alguns francamente em êxtase, outros mais realistas.
Mas todos torcendo. Perceba:
O
“The New Times”, jornal de língua inglesa de Ruanda de propriedade do
governo, adota um tom poético em seu editorial de hoje: “Para os
africanos, vença ou não, o senador Obama elevou a estatura do homem
negro a alturas que são irreversíveis”
Na
mesma linha segue o “The Star”, principal diário da África do Sul:
“Barack Obama está no limiar de fazer história, quando pesquisas de
opinião lhes dão uma margem acentuada sobre seu rival republicano, no
voto presidencial mais dramático em uma geração”
Na
Nigéria, o “The Guardian”, em texto assinado pelo jornalista Emmanuel
Ogebe, diz que “é duvidoso que algum líder ou político nigeriano tenha
incendiado a imaginação do eleitorado local como fez Obama”.
Em
seguida, com certo exagero retórico, Ogebe dá uma pista para tamanho
sucesso: Obama é visto como um homem comum, não um “big man”
(literalmente, homem grande, mas no sentido do político todo-poderoso e
corrupto comum no continente). “Obama não é um big man. Na sua
campanha, ele tem cinco ternos idênticos, que lava, usa e recicla, e
quatro pares de sapatos. Ele diz que está cansado de fazer suas malas
todos os dias de um hotel para outro”.
Em
Uganda, o “Monitor” é um dos poucos que adota uma dose de realismo,
preocupado com expectativas tão grandes: “Rezamos para que Obama dê à
África amor, mas com dureza. Corte todos os presentes e coisas fáceis e
leia para a África parte do seu próprio script, que diz algo como ‘se
eu consegui, vocês também podem’. O caminho para a salvação da mente
africana é que parem de ser nossas babás e nos deixem pensar de maneira
independente.”
Termino
com o “Daily Nation”, da terra do pai do candidato, que estampa um
cartum que resume bem o sentimento do continente africano (o cartaz diz
"o mundo quer que você eleja Barack Obama").
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Mas
que também, surpreendentemente, adota alguma cautela: “Claro que o
senador Obama não tem obrigação de apoiar a África e outros países
subdesenvolvidos, mas ele provavelmente terá empatia pela causa. Quando
os americanos decidirem hoje, o mundo espera que o melhor candidato
fique com a coroa”.
De olhos nos EUA, os africanos prendem a respiração.
O lugar em que Barack Obama
tem a maior popularidade no globo terrestre, com a possível exceção de
Hollywood, é a África. Em cinco meses de viagem por 13 países do
continente, vi incontáveis referências ao candidato democrata de raízes
quenianas, em jornais, TV, camisetas e prateleiras de livrarias.
A
África, nessa véspera de eleição, não consegue disfarçar o entusiasmo,
como fica evidente na amostragem de artigos e editoriais de jornais que
selecionei abaixo. Alguns francamente em êxtase, outros mais realistas.
Mas todos torcendo. Perceba:
O
“The New Times”, jornal de língua inglesa de Ruanda de propriedade do
governo, adota um tom poético em seu editorial de hoje: “Para os
africanos, vença ou não, o senador Obama elevou a estatura do homem
negro a alturas que são irreversíveis”
Na
mesma linha segue o “The Star”, principal diário da África do Sul:
“Barack Obama está no limiar de fazer história, quando pesquisas de
opinião lhes dão uma margem acentuada sobre seu rival republicano, no
voto presidencial mais dramático em uma geração”
Na
Nigéria, o “The Guardian”, em texto assinado pelo jornalista Emmanuel
Ogebe, diz que “é duvidoso que algum líder ou político nigeriano tenha
incendiado a imaginação do eleitorado local como fez Obama”.
Em
seguida, com certo exagero retórico, Ogebe dá uma pista para tamanho
sucesso: Obama é visto como um homem comum, não um “big man”
(literalmente, homem grande, mas no sentido do político todo-poderoso e
corrupto comum no continente). “Obama não é um big man. Na sua
campanha, ele tem cinco ternos idênticos, que lava, usa e recicla, e
quatro pares de sapatos. Ele diz que está cansado de fazer suas malas
todos os dias de um hotel para outro”.
Em
Uganda, o “Monitor” é um dos poucos que adota uma dose de realismo,
preocupado com expectativas tão grandes: “Rezamos para que Obama dê à
África amor, mas com dureza. Corte todos os presentes e coisas fáceis e
leia para a África parte do seu próprio script, que diz algo como ‘se
eu consegui, vocês também podem’. O caminho para a salvação da mente
africana é que parem de ser nossas babás e nos deixem pensar de maneira
independente.”
Termino
com o “Daily Nation”, da terra do pai do candidato, que estampa um
cartum que resume bem o sentimento do continente africano (o cartaz diz
"o mundo quer que você eleja Barack Obama").
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Mas
que também, surpreendentemente, adota alguma cautela: “Claro que o
senador Obama não tem obrigação de apoiar a África e outros países
subdesenvolvidos, mas ele provavelmente terá empatia pela causa. Quando
os americanos decidirem hoje, o mundo espera que o melhor candidato
fique com a coroa”.
De olhos nos EUA, os africanos prendem a respiração.
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