Quem Quer Ser um Milionário?
Página 1 de 1
Quem Quer Ser um Milionário?
Eu entendo o porquê de muita gente ver Quem Quer Ser um Milionário? e não enxergar nele o melhor filme do ano, como parece ser um consenso até agora. O filme de Danny Boyle mais parece uma matinê redondinha, com pitadas de crônica social e muito de love story. Mas eu também entendo o porquê de tantas pessoas verem neste filme o filme do ano. Numa época de crise mundial, clima de pessimismo, a odisséia light hearted, filmada freneticamente e infestada pelo cinema popular indiano, é o filme que o mundo precisa agora. Um trabalho pequeno, mas sério, bonitinho e feliz. E é por isso que o novo filme de Boyle deve arrebatar um belo punhado de Oscars neste domingo.
Há muito exagero nas avaliações sobre o filme. Ele não tem nada de obra-prima e o fato de se aproveitar de vários mecanismos de Bollywood não o transforma num filme sobre globalização. É, de fato, um trabalho delicioso de assistir, bem feitinho e agradável. Nada que justifique as comparações com Cidade de Deus. Os dois filmes têm objetivos, focos e formatos completamente diferentes. O brasileiro se esforça na composição de um painel sobre os morros cariocas e seus personagens. Já no filme de Boyle, as favelas servem apenas de ponto de partida para contar uma história de amor da maneira mais pop possível.
E é a montagem a principal responsável pelo fato do filme conquistar tanta gente. Herdada dos outros filmes de Boyle, a edição impõe o ritmo e traduz o tom do longa. A A trilha sonora contagiante, dançante, no sentido mais popular e a incorporação de um quiz show à base do roteiro ajudam a definir o que Boyle pretende: ser universal. Boyle, num de seus filmes menos ousados, amarrou tudo de maneira invejável, "traduzindo" os elementos que incorpora do cinema indiano para os moldes do cinema de entretenimento de Hollywood. E aqui ser popular não tem nada de demérito. Pelo contrário, o diretor consegue comandar um carrossel visual, que consegue ser eficiente em todos os aspectos, principalmente na manutenção de um suspense ingênuo e ao mesmo tempo matador.
Quem Quer Ser um Milionário?
Slumdog Millionaire, Danny Boyle, 2008
Há muito exagero nas avaliações sobre o filme. Ele não tem nada de obra-prima e o fato de se aproveitar de vários mecanismos de Bollywood não o transforma num filme sobre globalização. É, de fato, um trabalho delicioso de assistir, bem feitinho e agradável. Nada que justifique as comparações com Cidade de Deus. Os dois filmes têm objetivos, focos e formatos completamente diferentes. O brasileiro se esforça na composição de um painel sobre os morros cariocas e seus personagens. Já no filme de Boyle, as favelas servem apenas de ponto de partida para contar uma história de amor da maneira mais pop possível.
E é a montagem a principal responsável pelo fato do filme conquistar tanta gente. Herdada dos outros filmes de Boyle, a edição impõe o ritmo e traduz o tom do longa. A A trilha sonora contagiante, dançante, no sentido mais popular e a incorporação de um quiz show à base do roteiro ajudam a definir o que Boyle pretende: ser universal. Boyle, num de seus filmes menos ousados, amarrou tudo de maneira invejável, "traduzindo" os elementos que incorpora do cinema indiano para os moldes do cinema de entretenimento de Hollywood. E aqui ser popular não tem nada de demérito. Pelo contrário, o diretor consegue comandar um carrossel visual, que consegue ser eficiente em todos os aspectos, principalmente na manutenção de um suspense ingênuo e ao mesmo tempo matador.
Quem Quer Ser um Milionário?
Slumdog Millionaire, Danny Boyle, 2008
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos