Torcida rubro-negra organiza protestos contra saída de Zico
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Torcida rubro-negra organiza protestos contra saída de Zico
A notícia da renúncia de Zico ao cargo de diretor executivo de futebol do Flamengo, na madrugada de hoje, surpreendeu os torcedores do clube. Nas principais comunidades de relacionamento na internet, estão sendo combinados protestos, em frente ao portão principal da sede da Gávea, hoje às 15h e amanhã às 9h.
"A guerra é nossa! A guerra é da nação. Eu não quero ficar com sensação de que meu time chegou ao fundo do poço e eu não fiz nada, só fiquei na internet dando uma de revoltadinho", disse o rubro-negro Leandro Teodosio em comunidade rubro-negra no Orkut.
“Vamos galera, a hora tá chegando!”, reforçou o torcedor Davi Soares.
O principal alvo da indignação da torcida é o presidente do conselho fiscal Leonardo Ribeiro (conhecido como Capitão Léo), que apresentou denúncias sobre supostas irregularidades no contrato de parceria entre o Flamengo e o CFZ. De acordo com o dirigente, Zico passou o controle do clube para o fundo de investimentos MFD com o objetivo de quitar dívidas anteriores.
"Realmente não sei o que fazer. Uma pessoa honesta não pode dar apoio a uma instituição que está dominada por bandidos. Acho que a única solução é amar a linda história desse clube, porque, assim como no coração do Zico", esse Flamengo de hoje também morreu no meu", afirmou um dos torcedores que se identifica apenas como Gabriel.
Outros nomes que circulam na internet, em uma espécie de lista negra, são os dos ex-presidentes do clube Delair Dumbrosck, Edmundo Santos Silva e Kleber Leite, dos jornalistas Milton Neves e Renato Maurício Prado, do presidente da CBF Ricardo Teixeira e dos empresários Eduardo Uran e Léo Rabelo. De acordo com os torcedores, todos perderam poderes com a chegada de Zico.
Zico anuncia demissão
Ídolo do Flamengo, o ex-jogador Zico anunciou na madrugada desta sexta-feira sua saída da direção executiva do futebol do clube. O anúncio foi feito por meio do site oficial do craque, que deixa o cargo após quatro meses. Segundo Zico, seu desligamento tem como motivo o fato de sua presença "causar o descontentamento de muitas pessoas". De acordo com o ex-jogador, "não há condições" para sua permanência.
Na 15ª colocação do Campeonato Brasileiro, o Flamengo passa por crise técnica, e o treinador Silas pode ser demitido. Além disso, o ídolo rubro-negro se envolveu na última semana em polêmica com o conselho fiscal do clube em relação ao fim da parceria da agremiação da Gávea com o Centro de Futebol Zico (CFZ).
"'Não travo batalhas de poder e dinheiro, jamais fiz em nenhum lugar por onde passei'"
Segundo Leonardo Ribeiro, presidente do conselho, o CFZ agiu de má fé ao passar o convênio que tinha com o Flamengo para o fundo de investimentos MFD. Incomodado com o momento interno do clube, Zico evitou dar entrevistas nos últimos dias. A ação do conselho fiscal foi a principal motivação da saída do ídolo rubro-negro, de acordo com o texto emitido em seu site oficial.
Confira a seguir na íntegra o comunicado de Zico:
Carta aberta ao Flamengo
No dia em que aceitei o convite para ser diretor-executivo de futebol do Flamengo fiz questão de me manifestar através do meu site oficial, que sempre foi minha voz, meu canal de comunicação com as pessoas que me acompanham. E não poderia ser diferente agora que venho comunicar minha saída do clube.
Considero nesse momento que não é possível fazer no Flamengo aquilo que eu gostaria. Percebo que a minha presença não tem sido favorável e, desde a minha chegada, vem causando o descontentamento de muitas pessoas. Não há condições para eu continuar.
Estou sendo atacado injustamente, principalmente através de meus filhos, que em nenhum momento se envolveram em nada que estivesse em desacordo com os conceitos éticos e morais que aprendi com meu pai. Minha vida sempre foi calcada no trabalho, no respeito e no embate franco diante dos desafios. Não posso permitir que esse duelo covarde continue a acontecer usando a minha família, que vem se desgastando nas últimas semanas.
Queria agradecer a Patrícia pela oportunidade de tentar fazer mudanças que considero importantes para o Flamengo, não apenas no futebol profissional. Meus planos seguiam pelas divisões de base, de onde eu vim, e vislumbravam a construção de um Centro de Treinamento - que sempre foi um sonho desde os tempos em que eu ainda jogava no clube. Espero que estas sementes não sejam desperdiçadas.
Tomar uma decisão como essas não é fácil. Mas espero que todos entendam que não posso carregar comigo a desconfiança de um dos setores mais importantes do clube, o Conselho Fiscal. E não há condições de debater com essas pessoas que estão a serviço de sabe-se lá quem ou o que, dispostas a jogar sujo e minar o próprio clube.
Quando aceitei o desafio de assumir o futebol do Flamengo, sabia das dificuldades e meu discurso era no sentido de uma atuação de consenso, unindo forças dentro do Flamengo. O objetivo era angariar o apoio de quem quisesse o bem do clube.
Não travo batalhas de poder e dinheiro, jamais fiz em nenhum lugar por onde passei. Minha arma na guerra sempre foi o trabalho, a transparência e a lisura com as quais segui conduzindo cada negociação que fiz ao longo desse período como dirigente. Minha vida sempre foi aberta a quem quisesse pesquisar e, se não consegui levar o CFZ do Rio à Primeira Divisão do Rio, muita gente sabe que foi também por não me curvar aos desmandos de quem comandava o futebol carioca.
Se eu cometi erros como diretor- e sou humano para isso ¿ saibam que agi sempre no intuito de acertar e observando o que julgava melhor para o Flamengo. Em nenhum momento desonrei quem acredita em mim.
Gostaria de agradecer ainda a cada funcionário do clube que me apoiou nesse período. Infelizmente não vai ser possível cumprimentar um a um, mas espero que todos se sintam abraçados por mim. E dizer aos jogadores, a quem eu também agradeço pelo apoio constante, que eu confio na capacidade deles de superar essa situação.
Dediquei quase toda a minha carreira como jogador profissional ao Flamengo, centenário, histórico, de muitos ídolos e que me ajudou a ser quem eu sou hoje. Esse clube, onde me formei e me tornei um ídolo, precisa voltar a ser grande. O caminho da grandeza foi perdido não agora. Lamentavelmente é fruto de anos e anos de um sistema histórico incompatível com as coisas que eu acredito.
Para mim, esta quinta-feira foi um dia especial porque nasceu meu neto Antonio, mas ao mesmo tempo morreu no meu coração esse Flamengo de hoje que está representado por essas pessoas, algumas delas que sequer conheço e atuam dentro do clube como se fossem os donos.
Ao torcedor fica meu lamento e o maior agradecimento de todos. O que ouvi ao longo do tempo foi sempre apoio, incentivo, mensagens de força. Mas realmente, nesse momento sinto que a minha presença está prejudicando o clube. É preciso união e muita gente está mais preocupada em me tirar do cargo do que com o Flamengo. Portanto eu saio.
Para encerrar, quem me conhece sabe que as acusações levianas envolvendo a minha família e o CFZ não vão ficar no esquecimento. Faço questão de ir atrás judicialmente de tudo o que foi dito dentro e fora do clube.
Fonte: JB
"A guerra é nossa! A guerra é da nação. Eu não quero ficar com sensação de que meu time chegou ao fundo do poço e eu não fiz nada, só fiquei na internet dando uma de revoltadinho", disse o rubro-negro Leandro Teodosio em comunidade rubro-negra no Orkut.
“Vamos galera, a hora tá chegando!”, reforçou o torcedor Davi Soares.
O principal alvo da indignação da torcida é o presidente do conselho fiscal Leonardo Ribeiro (conhecido como Capitão Léo), que apresentou denúncias sobre supostas irregularidades no contrato de parceria entre o Flamengo e o CFZ. De acordo com o dirigente, Zico passou o controle do clube para o fundo de investimentos MFD com o objetivo de quitar dívidas anteriores.
"Realmente não sei o que fazer. Uma pessoa honesta não pode dar apoio a uma instituição que está dominada por bandidos. Acho que a única solução é amar a linda história desse clube, porque, assim como no coração do Zico", esse Flamengo de hoje também morreu no meu", afirmou um dos torcedores que se identifica apenas como Gabriel.
Outros nomes que circulam na internet, em uma espécie de lista negra, são os dos ex-presidentes do clube Delair Dumbrosck, Edmundo Santos Silva e Kleber Leite, dos jornalistas Milton Neves e Renato Maurício Prado, do presidente da CBF Ricardo Teixeira e dos empresários Eduardo Uran e Léo Rabelo. De acordo com os torcedores, todos perderam poderes com a chegada de Zico.
Zico anuncia demissão
Ídolo do Flamengo, o ex-jogador Zico anunciou na madrugada desta sexta-feira sua saída da direção executiva do futebol do clube. O anúncio foi feito por meio do site oficial do craque, que deixa o cargo após quatro meses. Segundo Zico, seu desligamento tem como motivo o fato de sua presença "causar o descontentamento de muitas pessoas". De acordo com o ex-jogador, "não há condições" para sua permanência.
Na 15ª colocação do Campeonato Brasileiro, o Flamengo passa por crise técnica, e o treinador Silas pode ser demitido. Além disso, o ídolo rubro-negro se envolveu na última semana em polêmica com o conselho fiscal do clube em relação ao fim da parceria da agremiação da Gávea com o Centro de Futebol Zico (CFZ).
"'Não travo batalhas de poder e dinheiro, jamais fiz em nenhum lugar por onde passei'"
Segundo Leonardo Ribeiro, presidente do conselho, o CFZ agiu de má fé ao passar o convênio que tinha com o Flamengo para o fundo de investimentos MFD. Incomodado com o momento interno do clube, Zico evitou dar entrevistas nos últimos dias. A ação do conselho fiscal foi a principal motivação da saída do ídolo rubro-negro, de acordo com o texto emitido em seu site oficial.
Confira a seguir na íntegra o comunicado de Zico:
Carta aberta ao Flamengo
No dia em que aceitei o convite para ser diretor-executivo de futebol do Flamengo fiz questão de me manifestar através do meu site oficial, que sempre foi minha voz, meu canal de comunicação com as pessoas que me acompanham. E não poderia ser diferente agora que venho comunicar minha saída do clube.
Considero nesse momento que não é possível fazer no Flamengo aquilo que eu gostaria. Percebo que a minha presença não tem sido favorável e, desde a minha chegada, vem causando o descontentamento de muitas pessoas. Não há condições para eu continuar.
Estou sendo atacado injustamente, principalmente através de meus filhos, que em nenhum momento se envolveram em nada que estivesse em desacordo com os conceitos éticos e morais que aprendi com meu pai. Minha vida sempre foi calcada no trabalho, no respeito e no embate franco diante dos desafios. Não posso permitir que esse duelo covarde continue a acontecer usando a minha família, que vem se desgastando nas últimas semanas.
Queria agradecer a Patrícia pela oportunidade de tentar fazer mudanças que considero importantes para o Flamengo, não apenas no futebol profissional. Meus planos seguiam pelas divisões de base, de onde eu vim, e vislumbravam a construção de um Centro de Treinamento - que sempre foi um sonho desde os tempos em que eu ainda jogava no clube. Espero que estas sementes não sejam desperdiçadas.
Tomar uma decisão como essas não é fácil. Mas espero que todos entendam que não posso carregar comigo a desconfiança de um dos setores mais importantes do clube, o Conselho Fiscal. E não há condições de debater com essas pessoas que estão a serviço de sabe-se lá quem ou o que, dispostas a jogar sujo e minar o próprio clube.
Quando aceitei o desafio de assumir o futebol do Flamengo, sabia das dificuldades e meu discurso era no sentido de uma atuação de consenso, unindo forças dentro do Flamengo. O objetivo era angariar o apoio de quem quisesse o bem do clube.
Não travo batalhas de poder e dinheiro, jamais fiz em nenhum lugar por onde passei. Minha arma na guerra sempre foi o trabalho, a transparência e a lisura com as quais segui conduzindo cada negociação que fiz ao longo desse período como dirigente. Minha vida sempre foi aberta a quem quisesse pesquisar e, se não consegui levar o CFZ do Rio à Primeira Divisão do Rio, muita gente sabe que foi também por não me curvar aos desmandos de quem comandava o futebol carioca.
Se eu cometi erros como diretor- e sou humano para isso ¿ saibam que agi sempre no intuito de acertar e observando o que julgava melhor para o Flamengo. Em nenhum momento desonrei quem acredita em mim.
Gostaria de agradecer ainda a cada funcionário do clube que me apoiou nesse período. Infelizmente não vai ser possível cumprimentar um a um, mas espero que todos se sintam abraçados por mim. E dizer aos jogadores, a quem eu também agradeço pelo apoio constante, que eu confio na capacidade deles de superar essa situação.
Dediquei quase toda a minha carreira como jogador profissional ao Flamengo, centenário, histórico, de muitos ídolos e que me ajudou a ser quem eu sou hoje. Esse clube, onde me formei e me tornei um ídolo, precisa voltar a ser grande. O caminho da grandeza foi perdido não agora. Lamentavelmente é fruto de anos e anos de um sistema histórico incompatível com as coisas que eu acredito.
Para mim, esta quinta-feira foi um dia especial porque nasceu meu neto Antonio, mas ao mesmo tempo morreu no meu coração esse Flamengo de hoje que está representado por essas pessoas, algumas delas que sequer conheço e atuam dentro do clube como se fossem os donos.
Ao torcedor fica meu lamento e o maior agradecimento de todos. O que ouvi ao longo do tempo foi sempre apoio, incentivo, mensagens de força. Mas realmente, nesse momento sinto que a minha presença está prejudicando o clube. É preciso união e muita gente está mais preocupada em me tirar do cargo do que com o Flamengo. Portanto eu saio.
Para encerrar, quem me conhece sabe que as acusações levianas envolvendo a minha família e o CFZ não vão ficar no esquecimento. Faço questão de ir atrás judicialmente de tudo o que foi dito dentro e fora do clube.
Fonte: JB
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