Terror noturno: crianças com dificuldades para dormir
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Terror noturno: crianças com dificuldades para dormir
Os pesadelos são comuns na infância e têm seu pico durante o período
entre três e cinco anos. Eles podem ser tornar tão intensos que são
incluídos no DSM como um transtorno do sono, chamados de terror noturno.Pode ser caracterizado um episódio de terror noturno a criança que acorda gritando, gesticulando e chorando.
Ela se agita pedindo ajuda aos pais na tentativa de se livrar das fantasias que o atacam.A
característica essencial do Transtorno de Terror Noturno é a ocorrência
repetida de terror durante o sono, representada por um despertar
repentino, geralmente começando com um grito de pânico. Geralmente o
terror noturno inicia durante a primeira terça parte do principal
episódio de sono e dura cerca de 1 a 10 minutos. Os episódios são acompanhados por
excitação e manifestações comportamentais de intenso medo. Durante um
episódio, é difícil despertar ou confortar o indivíduo, mas se a pessoa é
despertada após o episódio de terror noturno, nenhum sonho é recordado,
ou então existem apenas imagens fragmentadas e isoladas.
Em crianças expostas a situações violentas, perdas de pessoas
significativas, abuso sexual, acidentes, pode ocorrer uma intensificação
destes pesadelos como um sinal ou sintoma que algo dessa experiência
foi traumático e precisa ser melhor processado, são uma forma de lidar
com as situações angustiantes, com as mudanças e transformações na vida.
O terror noturno não é necessariamente um sinal de patologia e pode
ocorrer por diversos motivos, como uma forma de reagir a: uma mudança de
escola, a separação dos pais, à perda de um bicho de estimação, a conflitos com irmãos, as dores do crescimento, entre outros fatores.
Os sonhos e os pesadelos apesar de trazer sofrimento e angústia, trazem informações preciosas
daquilo que está perturbando a criança, às vezes o terror que permanece
depois de uma noite de pesadelo pode acentuar na criança sentimentos de
insegurança e perda da autoconfiança durante vários dias seguidos. Elas
podem adquirir insônia, agravar o medo do escuro, de dormir e sonhar.
Há varias formas de ajudar a criança a restaurar sua capacidade de
dormir e perder sua fobia de sonhar resgatando e aproveitando o
potencial terapêutico que os sonhos carregam dissolvendo o feitiço
deixado pelo sonho. O sonho traz através da simbologia uma luz que
aponta para aquilo que no dia a dia está afligindo a criança e ela não
pode expressar. Não é necessário que a criança viva sozinha o peso da
lembrança deixada por um fantasma sem forma ou o pânico de ser engolida
pelo lobo com caninos afiados.
Se os pais estão dispostos a ouvir estes relatos sem apavorar-se ou sem
desvalorizá-los, estarão escutando o inconsciente da criança que traz
algum apelo de ajuda. Para ajudar a criança a lidar com estes pesadelos,
os pais podem utilizar recursos como a representação de papeis, como se
fossem os personagens de uma história. A criança pode ser o monstro, os
pais outra figura, e podem inventar um novo desenlace para a trama.
Devolver a criança seus poderes mágicos para lutar contra estes bichos
assustadores e ajudá-la a encontrar meios criativos para vencê-los. A
tarefa dos pais é a de reassegurar a criança e estimulá-la a explorar
seus próprios recursos criativos para enfrentar os dilemas, desta forma
reforçarão sua habilidade para brincar com as imagens.
Em alguns casos, quando as tentativas dos pais de reassegurar a criança
não dão certo, a participação de um psicólogo é interessante, pois pode
impedir que a criança se sinta ameaçada e fragilizada pelos conflitos
desta fase. Os sonhos e pesadelos também podem apontar para dificuldades
na dinâmica familiar.
Os estudos demonstram que quando as crianças crescem, os pesadelos
perdem sua intensidade e sua freqüência na medida em que elas passam a
dominar seus medos. Em momentos de estresse ou de crise familiar os
pesadelos podem se tornar mais freqüentes como meio de avisar que sua
ansiedade está transbordando e que se sentem pouco seguros. Não é
necessário que os pais interpretem os sonhos, ouví-los, demonstrar
empatia, ficar juntos e abraçá-los já são passos terapêuticos
fundamentais.
Maria Cristina Capobianco é psicóloga e autora do livro "O corpo em off" (Ed. Liberdade).
Fonte: Vila Mulher
entre três e cinco anos. Eles podem ser tornar tão intensos que são
incluídos no DSM como um transtorno do sono, chamados de terror noturno.Pode ser caracterizado um episódio de terror noturno a criança que acorda gritando, gesticulando e chorando.
Ela se agita pedindo ajuda aos pais na tentativa de se livrar das fantasias que o atacam.A
característica essencial do Transtorno de Terror Noturno é a ocorrência
repetida de terror durante o sono, representada por um despertar
repentino, geralmente começando com um grito de pânico. Geralmente o
terror noturno inicia durante a primeira terça parte do principal
episódio de sono e dura cerca de 1 a 10 minutos. Os episódios são acompanhados por
excitação e manifestações comportamentais de intenso medo. Durante um
episódio, é difícil despertar ou confortar o indivíduo, mas se a pessoa é
despertada após o episódio de terror noturno, nenhum sonho é recordado,
ou então existem apenas imagens fragmentadas e isoladas.
Em crianças expostas a situações violentas, perdas de pessoas
significativas, abuso sexual, acidentes, pode ocorrer uma intensificação
destes pesadelos como um sinal ou sintoma que algo dessa experiência
foi traumático e precisa ser melhor processado, são uma forma de lidar
com as situações angustiantes, com as mudanças e transformações na vida.
O terror noturno não é necessariamente um sinal de patologia e pode
ocorrer por diversos motivos, como uma forma de reagir a: uma mudança de
escola, a separação dos pais, à perda de um bicho de estimação, a conflitos com irmãos, as dores do crescimento, entre outros fatores.
Os sonhos e os pesadelos apesar de trazer sofrimento e angústia, trazem informações preciosas
daquilo que está perturbando a criança, às vezes o terror que permanece
depois de uma noite de pesadelo pode acentuar na criança sentimentos de
insegurança e perda da autoconfiança durante vários dias seguidos. Elas
podem adquirir insônia, agravar o medo do escuro, de dormir e sonhar.
Há varias formas de ajudar a criança a restaurar sua capacidade de
dormir e perder sua fobia de sonhar resgatando e aproveitando o
potencial terapêutico que os sonhos carregam dissolvendo o feitiço
deixado pelo sonho. O sonho traz através da simbologia uma luz que
aponta para aquilo que no dia a dia está afligindo a criança e ela não
pode expressar. Não é necessário que a criança viva sozinha o peso da
lembrança deixada por um fantasma sem forma ou o pânico de ser engolida
pelo lobo com caninos afiados.
Se os pais estão dispostos a ouvir estes relatos sem apavorar-se ou sem
desvalorizá-los, estarão escutando o inconsciente da criança que traz
algum apelo de ajuda. Para ajudar a criança a lidar com estes pesadelos,
os pais podem utilizar recursos como a representação de papeis, como se
fossem os personagens de uma história. A criança pode ser o monstro, os
pais outra figura, e podem inventar um novo desenlace para a trama.
Devolver a criança seus poderes mágicos para lutar contra estes bichos
assustadores e ajudá-la a encontrar meios criativos para vencê-los. A
tarefa dos pais é a de reassegurar a criança e estimulá-la a explorar
seus próprios recursos criativos para enfrentar os dilemas, desta forma
reforçarão sua habilidade para brincar com as imagens.
Em alguns casos, quando as tentativas dos pais de reassegurar a criança
não dão certo, a participação de um psicólogo é interessante, pois pode
impedir que a criança se sinta ameaçada e fragilizada pelos conflitos
desta fase. Os sonhos e pesadelos também podem apontar para dificuldades
na dinâmica familiar.
Os estudos demonstram que quando as crianças crescem, os pesadelos
perdem sua intensidade e sua freqüência na medida em que elas passam a
dominar seus medos. Em momentos de estresse ou de crise familiar os
pesadelos podem se tornar mais freqüentes como meio de avisar que sua
ansiedade está transbordando e que se sentem pouco seguros. Não é
necessário que os pais interpretem os sonhos, ouví-los, demonstrar
empatia, ficar juntos e abraçá-los já são passos terapêuticos
fundamentais.
Maria Cristina Capobianco é psicóloga e autora do livro "O corpo em off" (Ed. Liberdade).
Fonte: Vila Mulher
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