Arte no Egito Antigo
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Arte no Egito Antigo
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Templo de Karnak: a bela arte do Egito Antigo
A civilização egípcia é uma das que mais exercem fascínio sobre os homens, grande parte associada a sua religiosidade, suas práticas de conservação de cadáveres e mumificação - até hoje não totalmente desvendadas - e suas construções grandiosas como as Pirâmides e a Esfinge.
Começou a formar-se há mais ou menos quatro mil anos antes de Cristo, nas proximidades do Rio Nilo. O rio, um verdadeiro oásis no deserto, foi essencial para a concentração de uma população mesclada entre mediterrâneos, asiáticos e africanos, que, principalmente a partir de 3300 a.C., tinham na agricultura e no pastoreio suas principais atividades, guiadas pelas cheias do Nilo. Juntamente com os povos Mesopotâmicos, os egípcios foram os primeiros a atingir o estado de civilização. Após a unificação do norte e sul, por volta de 3000 a.C., o Egito foi cada vez mais se desenvolvendo.
Nesse período inicial da história antiga do país - conhecido como período Pré-Dinástico - encontramos alguns aspectos da cultura e arte egípcia que acabariam por orientar as épocas subseqüentes. A escrita dava seus primeiros passos, bem como as técnicas sobre metais (em especial os mais moles como o ouro e o cobre), a tecelagem e a cerâmica. Já é dessa fase o hábito de se representar os governantes, como Narmer (provavelmente o rei que unificou os reinos do Norte e do Sul) em larga escala, em tamanho muito superior aos demais objetos representados - essa característica da representação egípcia permanece durante quase toda sua história.
Outras características importantes das representações humanas egípcias também já aparecem nessa época, como cabeças e pés vistos de perfil, com os olhos mostrados frontalmente e braços e pernas apresentados por inteiro. A respeito dessas representações contorcidas, extremamente conhecidas da arte egípcia, cabe fazer algumas observações. Elas eram realizadas, por exemplo, a partir dos ângulos que melhor representassem determinada parte do corpo. Assim, a cabeça, braços e pernas são mais facilmente vistos de lado, os pés, melhor vistos de dentro (preferiam o contorno partindo do dedão, o que muitas vezes dava a impressão de dois pés esquerdos). Os olhos, por sua vez, de frente são mais expressivos, bem como a metade superior do tronco, mais nítidas se observadas de frente. O “Retrato de Hesire“, esculpido numa porta de túmulo há cerca de dois mil e setecentos anos antes de Cristo é uma boa amostra dessas representações de figuras humanas.
A arte e a cultura egípcia, de uma maneira geral, era bastante conformista e tradicional. As mudanças não eram bem vistas e os padrões estéticos mantiveram-se praticamente sem alterações por praticamente três mil anos (com exceção da época de Akhenaton, que veremos a seguir). O “talento“ de um artista dependia menos de sua originalidade (não era esperado isso dele) do que do rigor com que reproduzia a arte do passado. O período da História egípcia, entre aproximadamente 2780 a.C. e 2200 a.C., é conhecido como Antigo Império ou Reino Antigo. São dessa época as primeiras construções de pirâmides, monumentos funerários extremamente elaborados, que são uma das marcas registradas do antigo Egito. Essas enormes construções geométricas de pesadas pedras, simbolizando profunda solidez e força, eram construídas para abrigarem, em seu centro, a múmia do faraó. Possuíam, além da própria câmara funerária (normalmente repleta de tesouros), várias câmaras “decoradas“ com imagens e fórmulas mágicas. Talvez as mais conhecidas pirâmides sejam as três construídas na quarta dinastia: a de Quéops, Quefren e Miquerinos, de Gizé, perto de Mênfis (então capital do Império).
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Pirâmides de Gizé: uma das 7 maravilhas do mundo é arte no Egito antigo.
A esfinge, com corpo de leão, cabeça e busto de mulher, com 19,8 metros de altura, também dessa época, já demonstra o gosto egípcio por esculturas em larga escala. Um exemplo mais típico de escultura do período é a enorme estátua do Rei Quefrem, na posição solene que seria outra marca registrada das representações de faraós do país: sentado, com ar de autoridade e poder e as mãos sobre o joelho.
A crença egípcia na vida após a morte, além de ter nos deixado as pirâmides, (e no casos dos mais abastados, que não eram faraós, as mastabas, ou túmulos de tijolos), ainda forneceu algumas representações de rostos com os aspectos essenciais da cabeça. Combinam uma rigidez geométrica ao naturalismo (não extremo), como demonstra um busto em rocha calcária encontrada num túmulo em Gizé e hoje no Museu Kunsthistorìsches, de Viena. A pedra calcária e a madeira eram os principais materiais com que as esculturas dessa época eram realizadas. As esculturas em relevo e as pinturas, principalmente decorando paredes de tumbas, também aparecem nesse período. Seus temas normalmente referiam-se à vida egípcia, como caçadas, pescas e o cultivo da terra, além de mostrar os animais característicos da região, revelando grande poder de observação. Um dado interessante nas pinturas era a extrema importância dada ao colorido.
Depois de um Período Intermediário, entre 2134 e 2065 a.C, após o enfraquecimento das dinastias do Antigo Império, começa o Médio Império, sob a liderança de Mentuhotep, tendo Tebas como a principal cidade. Estendeu-se de aproximadamente 2065 a.C. a 1785 a.C.. A arte, de uma maneira geral, manteve o estilo que se consolidou no Alto Império. Um exemplo da arte realizada nessa época pode ser dado pelas pinturas realizadas na parede do túmulo de Chnemhotep, cerca de mil e novecentos anos antes de Cristo, nas proximidades de Beni Hassan. Trata-se de um alto funcionário, sacerdote e amigo do Imperador, como se desprende pelos hieróglifos (escrita mais refinada egípcia, utilizada nos monumentos, com sinais da flora e fauna do país). Em tamanho maior que as outras representações da pintura, é mostrado do lado direito pescando, e do lado esquerdo, caçando aves perto de sua mulher, de sua concubina e de seu filho, em tamanhos menores. Chenemhotep novamente é representado em cima da porta, apanhando aves, agora com o auxílio de uma rede, utilizando-se de métodos de caçada egípcios. Num friso abaixo, pescadores puxam uma pescaria. A composição e a ordem aqui presentes são uma marca da pintura egípcia. Nessa época, o granito já é o material predominantemente utilizado nas esculturas. É ainda contemporâneo ao período os colossos de Memnon e Ipsambul e os templos talhados na própria rocha.
O Novo Império estendeu-se entre 1580 e 1200 a.C.. Iniciou-se após a expulsão dos hicsos (povos asiáticos que invadiram o país a partir do delta do Nilo, redividindo o Império entre 1785 e 1580 a.C.) e o restabelecimento da autoridade do faraó. Um dos principais acontecimentos desse período foi a revolução religiosa e cultural promovida por Amenófis IV. Ao invés dos vários deuses que sempre governaram a vida egípcia, tentou instituir o culto a um único deus: Aton, que deveria ser representado como um sol. Mudou seu nome para Akhenaton e transferiu a capital do Império de Tebas para El-Amarna. A arte dessa época, que até então mantinha-se fiel às tradições do passado, foi bastante modificada. Tornou-se menos pesada e mais descritiva. As representações dos faraós, que mantinham-se praticamente inalteradas desde o começo da história do país, agora eram realizadas de uma maneira menos formal e solene, em poses mais relaxadas. Cenas como o faraó passeando com a esposa pelos jardins ou pondo a filha no colo eram encomendadas pelo governante, chocando os austeros padrões egípcios. É famoso o retrato de Amenófis IV, realizado em relevo num calcário que o mostra como um homem feio, com ênfase no queixo e lábios, numa representação muito provavelmente pouco idealizada e talvez próxima à face real do Imperador. O busto “Rainha Nefertiti“ - esposa desse faraó que muito o ajudou na implementação da reforma religiosa - é outra famosa representação do período, com uma graça e fluidez jamais vista na arte egípcia. Após sua morte, o reinado de seu filho Tutancâmon logo restabeleceu as antigas crenças (os sacerdotes obrigaram a mudar seu nome para Tutancâmon). Apesar disso, o estilo artístico da época anterior prosseguiu durante seu reinado. Em seu túmulo, encontrado intacto em 1922, pode ser encontrada a talha dourada pintada no seu trono, em que ele é mostrado numa cena doméstica com sua esposa, de uma maneira relaxada e tendo acima de sua cabeça a representação do Sol.
Entretanto, esse período foi bastante atípico na arte do Egito antigo e logo após Tutancâmon voltaram os padrões tradicionais de arte, consagrados desde a época Pré-Dinástica e o Antigo Império. Após o reinado de Ramsés II (aproximadamente 1200 a.C.), o Egito entra cada vez mais em decadência. Esse soberano é conhecido por suas construções, em especial seu próprio templo mortuário talhado em pedra e guardado por quatro estátuas, representando sua figura, de 18,3 metros. Os persas, o exército de Alexandre Magno e posteriormente os romanos acabaram por dominar definitivamente o Egito, que nunca mais teve um período de apogeu tão grande quanto o verificado nessa época histórica.
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