Menos da metade das grandes empresas brasileiras usa redes sociais, diz estudo

Menos da metade das maiores empresas brasileiras – 36,4% - faz uso de redes sociais para promoção de seus negócios. Essa é a principal conclusão de um estudo realizado pela MWeb, agência de comunicação especializada em mídias digitais e redes sociais, com 250 empresas. A amostragem foi escolhida a partir do ranking das dez melhores empresas de 25 setores da economia a partir de uma metodologia usada pelo jornal Valor Econômico.

Do total de companhias que utilizam as redes sociais, as empresas Business to Consumer ou B2C (voltadas ao consumidor final) se destacam nesse ambiente, com percentual de adesão igual ou superior a 60%. Entre os setores que fazem uso destas plataformas, estão os de Tecnologia da Informação, Telecomunicações, Água e Saneamento, Alimentos, Comércio Varejista e Têxtil, Couro e Vestuário.

“A maior presença de empresas B2C nas redes era esperada, já que é na web que os consumidores estão”, declarou Renato Mendes, responsável pela pesquisa e gestor da MWeb. “No entanto, mesmo com todo barulho causado pelas redes sociais, a pesquisa mostra que quando olhamos para uma amostragem representativa da economia, o nível de adesão por parte das empresas ainda é baixo”.

Já empresas de setores como Açúcar e Álcool, Metalurgia e Siderurgia, Mineração e Papel e Celulose, pouco aparecem nas redes sociais, com presença igual ou inferior a 10%.

Twitter lidera preferência das empresas. YouTube em segundo

A plataforma social preferida das empresas é o Twitter, utilizada por 43,4% delas. No entanto, isso não se traduz em conteúdos atualizados, já que menos da metade delas – 45,3% - atualiza sue perfil com freqüência. Além disso, menos de um terço delas dialoga com outros perfis (32%) ou “retuita” conteúdos de terceiros (26,7%).

“Este percentual de adoção do Twitter mostra a força do microblog”, apontou Mendes. “O que surpreende, no entanto, são os baixos níveis de produção de conteúdo e interação. Eles contrariam a própria natureza desta ferramenta que é a de instantaneidade e diálogo. Ou seja, posso dizer que mesmo com uma taxa de adesão alta, trata-se de um serviço ainda subaproveitado”.

Já o YouTube aparece em segundo lugar entre as ferramentas mais usadas, com 20,2% de adesão, sendo que quase metade dos canais é atualizado, ao menos, uma vez por mês. “Cada vez mais vídeos serão produzidos e consumidos na web, é a experiência mais rica de que se tem notícia”, afirmou Mendes “Parece uma tendência irreversível e as empresas perceberam isso, tanto que a atualização deste canal é mais regular”.

Orkut em queda. Facebook ainda é uma incógnita

O relatório da MWeb aponta ainda que Orkut e Facebook aparecem na terceira e quarta colocação entre as plataformas mais usadas, sendo adotadas por 15,6% e 11% das empresas respectivamente.

O estudo aponta que nessas ferramentas há um baixo nível de atualização das páginas. E no caso do Orkut, o percentual de updates é o mais baixo de toda a pesquisa: 85% das empresas não atualizaram o perfil na rede social do Google no último mês. “O Orkut é a principal rede social brasileira, mas tem duas particularidades. A primeira é uma clara tendência de queda e perda de relevância” observou Mendes. “A segunda é que nela existem diversas comunidades sobre empresas criadas por usuários. Ou seja, as empresas podem não utilizar este espaço para dialogar com internautas, mas, eles o usam para falar delas”.

O mesmo fenômeno de baixa produção de conteúdo foi verificado no Facebook. A pesquisa indica que dois terços das corporações não fizeram nenhuma atualização nos últimos 30 dias. “A tendência é que esses números melhorem no curto prazo. Ao contrário do Orkut, o Facebook vem crescendo no Brasil e, por ser muito amigável para as empresas, deve ganhar espaço entre usuários corporativos em breve”, disse o responsável pela pesquisa.

Blogs: menos usados e mais atualizados

Os blogs corporativos são a ferramenta menos utilizada pelas empresas, sendo que apenas 9,8% utilizam este canal para diálogo com internautas. O nível de atualização, no entanto, é o mais alto entre todas as plataformas, com mais da metade das empresas pesquisadas produzindo conteúdo diariamente. “Os blogs corporativos foram as vedetes do início da chamada web 2.0, mas a pesquisa mostra que perderam força. Eles se tornaram a extensão dos sites principais das companhias, um canal de comunicação unilateral”, afirmou Mendes. “Além disso, eles não carregam consigo o princípio básico da web 2.0 que é a interatividade”, conclui.

por kaiomb,

Fonte: IDG Now!