Jogadores do Brasil vão servir como cabos eleitorais no Zimbábue
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Jogadores do Brasil vão servir como cabos eleitorais no Zimbábue
LONDRES. A decisão de fazer um amistoso de US$ 1,8 milhão no Zimbábue poderá custar caro à imagem do futebol brasileiro: segundo informações na imprensa do país, a seleção de Dunga será usada como cabo eleitoral na partida de amanhã pelo polêmico presidente Robert Mugabe, como parte de um esforço propagandístico para as eleições do ano que vem, pegando carona na Copa. Mugabe estaria até disposto a entrar em campo para cumprimentar os jogadores brasileiros e fazer pose para os fotógrafos oficiais.
De acordo com o "Zimbabwe Mail", que citou fontes do partido de Mugabe, o Zanu PF, o presidente também ofereceria uma recepção à delegação brasileira em sua residência oficial, quando aproveitaria para usar a passagem da seleção, sobretudo a presença da mídia internacional, para tentar dar um banho de loja numa imagem arrasada por 30 anos de desmandos, que arrasaram a economia do país ao mesmo tempo em que criaram uma rotina de constantes violações dos direitos humanos.
Um sinal de como as autoridades do Zimbábue estão interessadas no prestígio da seleção está no fato de que o ministro do Turismo, Walter Mzembi, passou boa parte de 2009 fazendo lobby para a vinda da equipe, também de olho na possível entrada de divisas no país - um dos planos originais era que o Brasil usasse o país como base durante a Copa. Mas, se sonhava com a vinda de grandes equipes, o governo acordou com a recusa de vários, incluindo a Inglaterra.
A visita brasileira será a primeira de uma equipe de alto nível não africana nas últimas três décadas, fato também explicado pela fraqueza do futebol local - o Zimbábue, que ocupa a 110 posição no ranking da Fifa, tem o críquete como esporte nacional.
- Ao mesmo tempo em que ninguém defende o isolamento do Zimbábue, a visita da seleção não ocorre no melhor momento. Por mais que tenha sido uma decisão de esfera esportiva, esperamos que o governo brasileiro aproveite para expressar junto ao regime de Mugabe seu desejo por uma mudança no comportamento - afirma Tiseke Kasambala, da ONG Human Rights Watch, uma das mais ativas em denúncias de violações de direitos humanos no Zimbábue.
O jogo será apenas uma das oportunidades de campanha para Mugabe: durante a Copa, haverá showmícios pelo país, com telões exibindo as partidas. No entanto, há quem veja uma chance de 90 minutos de escapismo amanhã para zimbabuanos ordinários.
Opositor do regime de Mugabe, o acadêmico Miles Tendi, da Universidade de Oxford, acusa de hipocrisia os que protestam contra a realização do amistoso:
- Não é a primeira vez que o Brasil jogará num país em que há violações dos direitos humanos. Não vejo tanto escândalo quando a equipe visita regimes autoritários, como a Arábia Saudita, por exemplo. Por que punir apenas o Zimbábue, e especialmente a população que gosta de futebol?
Fonte: G1
De acordo com o "Zimbabwe Mail", que citou fontes do partido de Mugabe, o Zanu PF, o presidente também ofereceria uma recepção à delegação brasileira em sua residência oficial, quando aproveitaria para usar a passagem da seleção, sobretudo a presença da mídia internacional, para tentar dar um banho de loja numa imagem arrasada por 30 anos de desmandos, que arrasaram a economia do país ao mesmo tempo em que criaram uma rotina de constantes violações dos direitos humanos.
Seleções recusaram
Um sinal de como as autoridades do Zimbábue estão interessadas no prestígio da seleção está no fato de que o ministro do Turismo, Walter Mzembi, passou boa parte de 2009 fazendo lobby para a vinda da equipe, também de olho na possível entrada de divisas no país - um dos planos originais era que o Brasil usasse o país como base durante a Copa. Mas, se sonhava com a vinda de grandes equipes, o governo acordou com a recusa de vários, incluindo a Inglaterra.
A visita brasileira será a primeira de uma equipe de alto nível não africana nas últimas três décadas, fato também explicado pela fraqueza do futebol local - o Zimbábue, que ocupa a 110 posição no ranking da Fifa, tem o críquete como esporte nacional.
- Ao mesmo tempo em que ninguém defende o isolamento do Zimbábue, a visita da seleção não ocorre no melhor momento. Por mais que tenha sido uma decisão de esfera esportiva, esperamos que o governo brasileiro aproveite para expressar junto ao regime de Mugabe seu desejo por uma mudança no comportamento - afirma Tiseke Kasambala, da ONG Human Rights Watch, uma das mais ativas em denúncias de violações de direitos humanos no Zimbábue.
O jogo será apenas uma das oportunidades de campanha para Mugabe: durante a Copa, haverá showmícios pelo país, com telões exibindo as partidas. No entanto, há quem veja uma chance de 90 minutos de escapismo amanhã para zimbabuanos ordinários.
Opositor do regime de Mugabe, o acadêmico Miles Tendi, da Universidade de Oxford, acusa de hipocrisia os que protestam contra a realização do amistoso:
- Não é a primeira vez que o Brasil jogará num país em que há violações dos direitos humanos. Não vejo tanto escândalo quando a equipe visita regimes autoritários, como a Arábia Saudita, por exemplo. Por que punir apenas o Zimbábue, e especialmente a população que gosta de futebol?
Fonte: G1
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