Brasil melhora e fica em 73º lugar em índice de desenvolvimento da ONU
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Brasil melhora e fica em 73º lugar em índice de desenvolvimento da ONU
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Para economista da ONU, avanço do Brasil foi significativo
O relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2010 analisou 169 países, listando-os com notas que variam de zero (mais baixo desenvolvimento) a um (mais alto).
O Brasil obteve, segundo a nova metodologia do IDH, índice de 0,699, registrando importantes avanços em desenvolvimento humano, ainda que a desigualdade social afete parte desses ganhos.
Também considerando a nova metodologia, o índice brasileiro subiu 0,006 ponto percentual e quatro posições no ranking de nações com relação a 2009.
‘Excepcional’
O avanço brasileiro no IDH 2010 parece pequeno, mas é significativo, na opinião de Flávio Comin, economista do Pnud (braço da ONU para o desenvolvimento).
“Até 2009, era como se subíssemos a montanha (do desenvolvimento humano) fazendo mais esforços, mas andando menos”, disse Comin à BBC Brasil. “Neste ano, com a melhora de indicadores sociais e mudanças de variáveis no estudo do IDH, o Brasil cresceu 0,8%, o que é excepcional entre as nações do mundo.”
A metodologia anterior do IDH media analfabetismo, problema que se mantém em taxas pouco alteradas no Brasil.
A metodologia atual mede anos médios de escolaridade, área em que o país apresentou avanços importantes, apesar de se manter comparável aos países menos desenvolvidos.
O país também apresenta avanços constantes em expectativa de vida e renda nacional bruta, diz o estudo.
Ainda assim, o Brasil segue atrás no ranking de países como Cazaquistão, Kuwait e Bósnia e de vizinhos da América Latina, como Chile, México, Peru e Argentina.
Desigualdade
Os mais bem colocados no ranking do IDH são Noruega, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos, com índices superiores a 0,9. Quanto mais próxima de um é a nota, maior é o desenvolvimento humano observado no país.
E, pela primeira vez, os organizadores do relatório mediram o impacto da desigualdade social e concluíram que, em média, os IDHs seriam 21,7% menores se consideradas as disparidades entre classes.
No caso do Brasil, o IDH ajustado à desigualdade cairia dos 0,699 para 0,509.
América Latina e Caribe ainda têm a desigualdade de rendimentos mais elevada do mundo, principalmente em Argentina, Venezuela e Haiti, ainda que esta esteja em queda no Brasil e no Chile.
Para Comin, a atual fase de crescimento econômico do país pode ser uma oportunidade para conquistas mais substanciais nesse âmbito.
Avanços e retrocessos globais
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Indicadores sociais melhoraram globalmente, diz estudo
Em termos globais, o relatório observou “progressos substanciais em muitos aspectos do desenvolvimento humano” nas últimas décadas, como vidas mais longas, mais acesso a saúde e educação e mais pessoas vivendo em democracias.
“O fosso do IDH entre países em desenvolvimento e desenvolvidos diminuiu em cerca de um quinto entre 1990 e 2010”, informa o relatório. “Em geral, as pessoas têm atualmente mais saúde, maior riqueza e melhor educação do que antes”, apontou Helen Clark, administradora do Pnud.
O relatório da ONU fez menção especial aos países “animadores do IDH”, ou seja, cujo progresso social e econômico puxou o índice para cima.
Entre os animadores estão desde países que experimentaram “milagres de crescimento”, como China, Indonésia e Coreia do Sul, até casos “admiráveis”, como Nepal, Omã, Tunísia e Marrocos. Segundo Comin, esses países evoluíram porque investiram pesadamente em saúde e educação e devem servir de exemplo.
Ainda assim, o relatório aponta que "cerca de 1,7 bilhão de pessoas de 104 países pesquisados – um terço da sua população – sofrem de pobreza multidimensional", ou seja, vivem sob privações graves na saúde, na educação ou no padrão de vida.
Dos 135 países dos quais a ONU tem dados estatísticos dos últimos 40 anos, apenas três – a República Democrática do Congo, Zâmbia e o Zimbábue – têm um IDH inferior hoje ao que tinham em 1970.
O Zimbábue, governado há 30 anos por Robert Mugabe, tem o IDH mais baixo entre os 169 países pesquisados pela ONU. O país tem uma expectativa de vida de 47 anos (comparada com 72,9 anos no Brasil) e média de escolaridade de 7,2 anos (semelhante à do Brasil).
Os efeitos da crise global são uma preocupação, já que “grandes aumentos na pobreza são comuns em crises financeiras”. A isso se somam grandes desafios em migração internacional, regras de comércio e investimento eficazes e equitativas e as ameaças internacionais, como as alterações climáticas, “que estão para além da capacidade dos Estados individuais”, diz o estudo da ONU.
Fonte: BBC
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